A Divisão do Pará
sábado, 20/02/10 - 11h40
por Jorge Calderaro
por Jorge Calderaro
É lamentável que o cacique
do PMDB, Jader Barbalho, que já declarou que o
povo do Pará tem por ele uma "benquerença"
e, segundo sua emissora informa, ser ele o mais cotado
para voltar a governar o Estado, tenha se posicionado
a favor do plebiscito, porém, quanto ao seu resultado
se abstém. Isso realmente é uma postura
lamentável para quem já governou por duas
vezes a Nação Pará... Uma posição
não digna de um bom parauara. Deveria ser contra,
pois tenho certeza que é a vontade da maioria dos
paraenses.
Acredito que até tenha interesse
na divisão, pois vem investindo nas duas cidades
que seriam as capitais dos dois novos Estados, Marabá
(Carajás) e Santarém (Tapajós). E
eu, não tenho nenhuma sombra de dúvida que
se houver a separação, Jader Barbalho será
o primeiro governador do futuro Carajás. Que o
diga o tempo.
A separação está
subliminada desde que o PT assumiu a governança
do nosso Estado, pois sua logomarca nada mais é
de que a bandeira do Pará fatiada em cinco pedaços,
só que dois são vermelhos. Pensando nos
fatos que vêm acontecendo, para avivar mais a memória
de quem não se preocupa com a divisão, o
grupo RBA de Comunicação vem efetuando grandioso
investimento no sul do Pará, a exemplo em Marabá,
onde o sistema de comunicação (broadcasting)
de sua propriedade, TV RBA Canal 2, foi recentemente instalada.
Lamentavelmente! Palavra sempre usada
pelo dep. Federal Jader Barbalho em seus pronunciamentos,
discursos e entrevistas. Só que os paraenses ainda
não se deram conta que o Pará é o
Estado mais rico da nação, local onde é
explorado, e levado através do vizinho estado do
Maranhão, milhões de toneladas de minério,
e que daqui a pouco estarão exauridos. É
só voltar ao passado e lembrar Serra Pelada e o
buraco que ela deixou no meio ambiente, pois, por lá
muitos saíram ricos.
O ‘cabo de guerra’ a favor
e contra a divisão territorial do Pará está
em andamento, mas numa surdina que até dá
medo à Matinta Perera. De um lado, o Dep. Fed.
Zenaldo Coutinho redobra o trabalho contra a divisão
e envia ofício a todos os parlamentares pedindo
que não votem a favor do plebiscito. Do outro lado,
Giovani Queiroz (o importado), e Lira Maia (mocorongo
da nata) estão à frente para que se realize
a divisão, e atuam junto ao presidente Michel Temer.
Para quem não sabe, a divisão
trará imensuráveis prejuízos para
a Nação Pará em todos os sentidos,
o que devemos na realidade é evitar que esses ‘importados’
se elejam e fiquem a representar nosso povo. O que falta
mais é a presença do Estado nos 144 municípios
do Pará, com investimentos em todos os segmentos.
E que não mudem a constituição, pois
todos os paraenses, por dever de ofício, possuem
direito a voto e não somente os que moram nessas
regiões, no oeste e no sul do Pará.
Na realidade se a separação
do Estado do Pará ocorrer só posso lamentar
e dizer: Venho somar aos poucos deputados estaduais anti-separatismo
e a todos os que empunham a bandeira de que, ao invés
de democratizar riquezas, a divisão territorial
só irá aumentar a pobreza do Estado.
Como bem foi postado por Ciane Mufarrej
em um blog. “A divisão do Pará pode
representar a repartição só da pobreza
para a grande maioria, e a concentração
de mais riquezas nas mãos de poucos, através
de uma espécie de “loteamento” dos
recursos naturais renováveis e não renováveis
ainda existentes. O Pará já é dividido
administrativamente em Municípios, o que precisamos
é mais seriedade, eficiência e menos desperdício
na aplicação de recursos públicos.
Se criarem os Estados de Tapajós
e Carajás, o Pará vai ficar só com
a parte degradada do nordeste paraense e com a faixa de
população mais pobre, ou seja, com um gigantesco
passivo ambiental, social e econômico, enquanto
as imensas riquezas florestais, minerais e faunísticas,
ou seja, bióticas e abióticas, que não
rendem eficientemente aquilo que deveriam ao Pará,
irão todas definitivamente “pelo ralo”.
Em vez de dividir, está mais que
passada a hora de se fazer, com seriedade e eficiência,
uma revisão histórica do processo de desenvolvimento
do Pará. E nessa análise, necessariamente,
tem que ser incluída uma revisão crítica
das relações com os mega exploradores dos
nossos recursos naturais. Essa revisão se faz necessária,
sobretudo, pela razão de ser o Pará detentor
não apenas das maiores, mais importantes e diversificadas
jazidas minerais e reservas florestais do Brasil, mas
por abrigar potencialmente no seu território aquele
que é também o insumo básico para
todo e qualquer projeto na área da indústria
de transformação: a capacidade hídrica
de geração de energia.
Portanto, sou contra a divisão
do Pará (criação de outros Estados),
a menos que provem o contrário, através
da apresentação de estudos técnicos
responsáveis dos impactos econômicos, tributários,
sociais e ambientais da pretensa divisão, mostrando
os ativos e passivos nos diferentes cenários, e
me convencer de que estamos equivocados”.
Sabe o que querem? Um governador, três
senadores, ‘trocentos’ deputados... Só
não dizem quem vai pagar a conta, ao se ‘espichar’.
Era só o que faltava... Mutilar o Pará para
aumentar o número de políticos salafrários.
Daqui a pouco o Sarney se engraça de ser senador
por Santarém. Como pode uma cidade ter pretensão
de ser capital de um estado numa região de PIB
menor que o de Guarulhos? Se a moda pegasse lá
por São Paulo, forneceria mais viabilidade para
se fragmentar em mais de 600 estados. Se Estado pequeno
fosse garantia de desenvolvimento, o de Sergipe seria
a superpotência brasileira, mas não é!
Coitadinho do Pará, nossa terrinha
será lotada por brasileiros de todos os rincões
da Pátria, considerando que o paraíso é
aqui mesmo, ‘terra de ninguém’, ou
‘terra de todos’, terra farta de onde tudo
se leva ‘no queixo’ sem deixar nada ou muito
pouco, que o diga a Vale, Eletronorte, Alcoa, Imerys RCC
entre outras instaladas em solo paraense. Coisa pior será
a construção da UHE de Belo Monte, já
apelidada de Belo ‘Monstro’ pois distribuirá
Brasil afora 80% de sua geração de energia
e os 20% que ficarem será somente para o uso próprio,
ou seja, gerar a propulsão de suas turbinas, e
por isso mesmo, oremos a oração VERDE E
AMARELA:
“Pará nosso que está um céu / Santificado seja o NOSSO nome / Venha a NÓS o vosso reino / Seja feita a NOSSA vontade / Assim na terra como um céu / O pão nosso de cada dia é dos DAÍ hoje / Perdoai as nossas ofensas / Assim como NÃO PERDOAMOS a quem nos tenha ofendido / Não nos deixeis cair em COMPENSAÇÃO / Livrai-nos do mal... Amém!”.
“Pará nosso que está um céu / Santificado seja o NOSSO nome / Venha a NÓS o vosso reino / Seja feita a NOSSA vontade / Assim na terra como um céu / O pão nosso de cada dia é dos DAÍ hoje / Perdoai as nossas ofensas / Assim como NÃO PERDOAMOS a quem nos tenha ofendido / Não nos deixeis cair em COMPENSAÇÃO / Livrai-nos do mal... Amém!”.
Peço a Deus que proteja o Pará
da sanha dos mutiladores geográficos.
E tenho dito...!
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