sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Maquiavel nos ensina: 'É preciso ser raposa para reconhecer as armadilhas, e leão para afugentar os lobos'. Paraenses, é chegada a hora de sermos raposas e leões para reconhecermos as armadilhas e afugentarmos os lobos.

Desperta Amazônia! Acorda Pará!
por Davi Benassuly
Finalmente alguns poucos paraenses resolveram assumir a defesa da integridade territorial do estado do Pará. Honrar o sangue que lhes corre nas veias, mas, não estamos precisando de generais, caciques ou chefes. Essa é uma ‘guerra’ sem divisas onde todos devem ser soldados, guerreiros, operários. É uma ‘guerra’ de todos os que amam este chão; ‘esse país que se chama Pará’. Aqui cabem todas as bandeiras, desde que não queiram rasgar a nossa. A cobiça vai além da divisão do Pará, estende-se por toda a Amazônia e se faz necessário que estejamos alertas aos interesses que nos rondam.
Tentar desvendar os mistérios que envolvem a Amazônia é como percorrer um labirinto sem fim. Os caminhos se entrelaçam e quem entra pode não sair nunca mais. A região é encantada. Guarda segredos inimagináveis. Poucos são os que conseguem entender seus mistérios e suas magias. É um santuário que abriga em suas entranhas as maiores riquezas do planeta. Desperta a cobiça de homens e nações, que cegos pela ganância e pelo poder, tentam arrancar desta terra inocente e selvagem os mais valiosos tesouros.
INOCENTE: Porque seus filhos ainda se deixam enganar. Desconhecendo a própria força e o gigantesco potencial. Adormecidos pela falta de investimentos e porque pouco ou quase nada lhes foi ensinado.
SELVAGEM: Porque ainda existe um novo mundo a descobrir e as vozes que se levantam em sua defesa são caladas pela ‘força’ dos que a cobiçam...
Piratas do Século XXI, de todas as bandeiras que aqui aportam e tentam a todo custo conquistar os incalculáveis tesouros existentes, devastando, saqueando, matando se preciso for, desrespeitando a natureza e a vida.
O que mais será preciso levar, até que se aprenda o valor do que já foi levado, do que ainda se tem e querem levar também?
Até quando ‘as vozes da floresta’, permaneceram caladas, sem que se cante um ‘canto de guerra’, em defesa da terra que vê ‘guerreiros’ mancharem rios com sangue, tombados a traição?
Quando será que os doutores togados desembainharão a espada da justiça e lutarão para impedir que um povo ‘morra de fome’, enquanto nossos tesouros ‘alimentam’ os que exploram esta terra?
Os sonhos são pesadelos que assombram de todas as formas. Lentamente o velho amazônida vai morrendo vendo tudo se acabar...
Ouro, ferro, bauxita, cassiterita, níquel, cobre, ráfium, ítrium escorrendo ralo abaixo... Onças, jacarés, macacos, araras, cobras, cedro, ipê, maçaranduba, jacarandá, acapú... Tudo isso indo embora enquanto os amazônidas esperam a morte chegar assistindo o bando passar...
Bio-pirataria, tráfico de mulheres, trabalho escravo, massacre de trabalhadores rurais, espancamentos e assassinatos de jornalistas, crianças morrendo de fome, jovens sem perspectivas, adultos sem convicções, velhos ignorados...
A Amazônia é uma cobiçada rainha. Bela, exuberante, selvagem. Detentora de tesouros incalculáveis. Seus rios são como colares de pérolas, que serperteiam seu corpo, levando riquezas por onde passam. É amável e generosa com seus filhos e com os que respeitam suas leis; a esses, oferece seu leite de mulher-floresta. Doa o alimento retirado de suas entranhas, como verdadeira mãe. Mas é implacável com os que não a respeitam, tentam saqueá-la, devastá-la e exterminá-la. Ao homem é dado o direito de conquistá-la em paz, harmoniosamente e sempre em busca de uma vida melhor...
É preciso respeitar o homem nativo, a natureza e os seres da floresta. Só assim se vive em paz. Aqui, só nascendo, crescendo e vivendo, para entendê-la, amá-la e conquistá-la. Tentar saqueá-la, devastá-la, exterminá-la, será um tiro que sairá pela culatra.
O tempo é seu senhor e juiz; os que sobreviverem aos segredos que protegem a Amazônia poderão contar que é melhor viver em paz a ter que enfrentar os mistérios que guardam a Amazônia, a floresta e seu povo.
Podem tentar incendiar, devastar e saquear, podem até matar; sempre existirá um guerreiro pronto a defendê-la.
O Pará é um dos filhos mais ilustres da Amazônia. Tentar dividi-lo é dividir a dignidade de um povo que recebeu de braços abertos a todos que tentam rasgar a bandeira que os agasalhou. Com a cumplicidade ‘de novos Silvérios dos Reis’ cospem no prato que lhes alimenta, apoiados por um batalhão de ‘novos Judas’ que traem o próprio sangue e o estado do Pará.
A Amazônia e o Pará permanecerão indissolúveis, cada vez mais íntegros e dignos de seus filhos e dos que aqui vivem com respeito...
Sempre existirá um ‘guerreiro’ pronto a defendê-los. E, os ‘invasores’ nunca saberão se esse ‘guerreiro’ é uma arvore, uma onça, um jacaré, um pedra encantada, a água, o sol, a lua, o vento, o fogo, a chuva, o ar, o ferro, o ouro, um homem, uma mulher, o sonho, o pesadelo, o real ou o imaginário. Um guerreiro que se transforma em milhões, que sempre que necessário defendem o maior paraíso verde do planeta; para mostrar ao mundo que os maiores tesouros da Amazônia não são a floresta, o ouro, o ferro... E sim os amazônidas que aos poucos estão despertando para a nossa triste realidade.
Desperta Amazônia! Acorda Pará!
Chega de exploração.
Que nossas riquezas gerem benefícios para a nossa própria gente! Que nossos filhos deixem de morrer de ‘fome’ enquanto nosso ouro e nossos outros tesouros vão alimentar a cobiça de quem nos explora.
A Amazônia é um encanto, o encanto da Amazônia é o Pará. Essa é a voz da floresta e sempre que preciso for e a natureza chamar de todos os cantos virão os guerreiros e em nome do Pará e da Amazônia irão se reunir: cobra-grande, matinta-perera, botos, iaras, mãe d´água, mãe do mato, curupira, mapinguari, piriquitambóia, jacaré açú, andiroba, cedro, pau-rosa, castanheira, jacarandá, cipó de fogo, acapú, índios, negros, brancos... os filhos da mata e quem mais quiser vir. Alertas, antes que nos tirem a vida também!
Amazônia, verde, viva, Brasil!
Pará, inteiro, verdadeiro, unido!
Diga não à divisão.
Não deixem que matem nossa cultura, nossos mitos, nossas lendas... Precisamos continuar:
Falando égua! Pai-d´égua!
Tomado açaí, tacacá, chibé com camarão.
Comendo pupunha e manga com farinha, maniçoba, mapará, pato no tucupi.
Dançando brega, lundú, siriá e carimbó.
Sob as bênçãos de N.S. de Nazareth...
O sol de um novo tempo estar por vir. Os seres encantados da floresta anunciam que as Amazonas e os Cabanos ressurgirão das cinzas e marcharão em uma só direção; guiando velhos, adultos, jovens e crianças. Homens e mulheres; guerreiros, brancos, negros e índios que entoarão um velho canto ao som de ‘novos tambores’. Velhos e novos guerreiros que unidos pelo mesmo ideal se porão a cantar o hino de guerra: Salve, ó terra de ricas florestas, fecundadas ao sol do Equador, teu destino é viver entre festas, do progresso, da Paz e do Amor!... Ó Pará, quanto orgulha ser filho, de um colosso tão belo e tão forte, juncaremos de flores teu trilho, do Brasil - Sentinela do Norte, e a deixar de manter esse brilho, preferimos, mil vezes, a morte!
Somos grandes!
Somos fortes!
Pará a estrela do Norte. Ninguém vai tirar o nosso brilho!
Desperta Amazônia!
Junte-se a nós nessa luta, envie uma mensagem de apoio ao nosso movimento. Vamos às ruas lutar pelo que é nosso.

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