OS
ESTADOS DE CARAJÁS E TAPAJÓS: OS INTERESSES DO LATIFÚNDIO, DOS
SOJEIROS, DA PODEROSA VALE E DA CARGILL, ASSOCIADA AO CAPITAL
INTERNACIONAL
GIOVANNI QUEIROZ: O PORTA-VOZ DO LATIFÚNDIO E DA BURGUESIA DO AÇO NA VALE
Segundo
o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), a
bancada ruralista no Congresso Nacional passou, nas eleições de 2010, de
91 deputados para 141, além dos 18 senadores. Dentre os deputados
reeleitos o DIAP destaca Giovanni Queiroz (PDT) do estado do Pará. Este
senhor também foi eleito líder do PDT na Câmara dos Deputados, o que
explica sua voracidade e a dos latifundiários na aprovação das mudanças
no Código Florestal. O próprio jornal O Globo (Globo Online, 26.02.2011)
destacou à época que a bancada ruralista havia ganhado força ao ocupar a
Presidência da Comissão do Meio Ambiente na Câmara, através do deputado
Giovani Cherini (PDT-RS), e a vice-presidência no Senado através da
senadora Kátia Abreu (DEM-GO).
O
deputado Giovanni Queiroz é membro reconhecido do latifúndio no Sul do
Pará, ex-integrante da ARENA, o partido da ditadura militar no período
de 1975-1983, proprietário da Agropecuária Pau Darco, no município do
mesmo nome, um latifúndio com 4356 hectares, avaliado em R$ 6.000.000,00
e de outra propriedade rural em Rio Maria de 1.840 hectares, avaliada
em 2 milhões de reais, além de possuir R$ 1.500.000,00 em cabeças de
gado (site Transparência Brasil). É inimigo ferrenho da reforma agrária e
do Movimento Sem Terra, como a declaração que fez à revista Veja em
13.01.2010, por ocasião da luta do MST: “Sou da base governista no
Congresso, apoio o presidente Lula e tudo o que ele faz de bom pelo
país. Mas não posso contemporizar com o que é ilegal, com essa leniência
com o MST”. Também é aliado de empresas que utilizam trabalho escravo.
O
portal Congresso em Foco havia detectado 9 deputados federais que
haviam recebido doação na campanha eleitoral de 2006 destas empresas que
estão na “lista suja” do Ministério do Trabalho; dentre eles estava o
deputado Giovanni Queiroz, que recebeu dinheiro da empresa Simasa, a
mesma que utiliza o trabalho escravo em suas carvoarias e está na “lista
suja” do MTE. Além de que, o deputado Giovanni Queiroz foi o
parlamentar que mais enriqueceu, no período de 1998 a 2006, aumentando
em 207% seu patrimônio, que foi de R$ 2.381.967,00, em 1998, para R$
7.319.000,00, em 2006, segundo informações da própria declaração de bens
dele e de mais 11 deputados. Segundo o site Congresso em Foco
(www.congressoemfoco.com.br) dos 220 deputados e senadores da nova
legislatura que possuem patrimônio acima de 1 milhão de reais, o
patrimônio de Giovanni Queiroz já estaria em R$ 10.421.200,00, e seria o
20º parlamentar mais rico do Congresso Nacional, um aumento de quase
50% em menos de 4 anos!
Não
é à toa que este deputado é o mais ardente defensor do estado de
Carajás. Foi ele quem apresentou o Projeto de Decreto Legislativo
159-B/1992 (PDL 159-B/92) que redefine as fronteiras do estado de
Carajás. Ao ser reeleito em 2010, imediatamente requereu à Mesa Diretora
da Câmara dos Deputados o desarquivamento de todos os projetos de sua
autoria, conforme requerimento de 03.02.2011: “Senhor Presidente, nos
termos do art. 105, parágrafo único, do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados, requeiro a Vossa Excelência o desarquivamento de todas as
proposições de minha autoria. Brasília (DF), 03 de fevereiro de 2011.
Deputado Giovanni Queiroz, líder do PDT”. Em menos de três meses seu
Projeto de Decreto Legislativo autorizando o plebiscito para a criação
do estado de Carajás estava aprovado, com o aval do PT e de todos os
partidos da ordem, à exceção do PSOL.
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