Moradores vivem espécie de “terrorismo”
A comunidade Newton Miranda, vem pedindo ajuda a todos aqueles que são contra todo os tipos de injustiças, neste momento existe toda uma comunidade de internautas, compartilhando estas postagens, " não podemos permitir que aqui em Belem, seja vista tamanha injustiça, hoje são mais de mil familias na area, não podemos simplesmente lavar nossas mãos, como fes pilatos com Jesus, precisamos sim, dizer basta a estas aberrações. obrigado amigos do faceboock,
Passando ao lado
do Assentamento Neuton Miranda, no bairro Fama, em Outeiro, não é
difícil enxergar o pequeno barraco de dona Raimunda da Silva, 60 anos.
Com queimaduras de segundo grau em boa parte do tronco, braços e rosto,
ela passa o dia inteiro deitada, à espera da boa vontade de vizinhos
para se alimentar e se locomover ao posto médico para fazer curativos.
Raimunda
faz parte das cerca de 360 famílias que ocupam a área que é
reivindicada irregularmente por Rômulo Maiorana na Justiça. As
queimaduras conseguiu durante a ameaça de invasão por “policiais” no
local. “Disseram que a polícia vinha chegando e saí correndo com uma
panela cheia de mingau quente nas mãos. Tropecei e o mingau caiu todo em
cima mim”, conta. O acidente ocorreu há cerca de 15 dias. Ela passa os
dias prostrada numa rede, armada em pedaços de pau fincados no terreno
dentro do barraco que conseguiu montar com a ajuda de outros moradores.
Há apenas o telhado no pequeno barraco, armado em pedaços de pau. Ainda
não houve como conseguir madeira suficiente para fazer todas as paredes.
“Sou sozinha e vim de Bragança. Não tinha mais como morar lá e vim para
cá. Fico chateada porque não posso fazer nada. Quando o sol bate na
minha pele arde muito”, reclama.
Vinda de diversas regiões do
Estado, como Bragança, Barcarena, Castanhal, Icoaraci e Outeiro, a
maioria dos ocupantes, assim como D. Raimunda, diz que foi obrigada a
ocupar a área por não ter onde morar. “Não temos mais condições de pagar
aluguel. Somos pobres”, diz a dona de casa Ana Eneida.
Ela
denuncia que as famílias ocupantes vêm sendo ameaçadas desde quando
chegaram, inclusive por milícias armadas pagas. “Já vieram motoqueiros
aqui, todos vestidos de preto e com luva preta procurando os líderes da
ocupação. Vira e mexe mandam pessoas rondar aqui, sem falar num
helicóptero que vive quase que diariamente filmando a gente lá de cima”,
denuncia.
Doralice Souza, outra moradora, disse que homens
armados também estiveram no local fazendo ameaças. “Eles querem saber
quem são os cabeças do acampamento. Como não dizemos quem são, eles
ficam furiosos e nos ameaçam”, conta, afirmando não saber quem são os
ameaçadores.
Ana Eneida acusa Rômulo Maiorana de ter mentido
descaradamente para a juíza de Icoaraci, afirmando que os ocupantes
teriam derrubado galpões e construções de sua propriedade na área. “A
juíza mandou uma semana antes da audiência um oficial de Justiça aqui e
comprovou que nada havia sido construído aqui e repassou a informação à
juíza. Por isso eles perderam na Justiça”, conta ela, afirmando que
apenas mato havia na área.
Antônio dos Reis garante que, apesar
das ameaças, as famílias não sairão do local. “Essa área nunca foi
privada. É área da Marinha, da União e já existem documentos que
comprovam isso no processo. Vamos esperar que a SPU (Superintendência de
Patrimônio da União) nos dê o título de posse. Vamos lutar até o
final!”, diz.
Ana Eneida diz que Rômulo Maiorana insiste em dizer
no processo que a área é de sua propriedade e que irá murá-la, isolando
todos os ocupantes. “Ele mandou dizer que nós vamos sair daqui por bem
ou por mal, mas isso é que nós iremos ver. Ele já perdeu a reintegração
na Justiça. Vamos continuar na luta”. (Diário do Pará)
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