Quem será a grande beneficiada
com uma provável instalação do estado de Carajás, além dos
latifundiários pecuaristas? A Vale do Rio Doce. Aliás, desde a
privatização da ex-CVRD, em 1997, por uma bagatela de US$ 3 bilhões –
quando seu valor real estava à época em US$ 12 bilhões ou até 100
bilhões de reais, segundo especialistas - , a Vale tem aumentado o seu
patrimônio e seus lucros às custas do suor dos trabalhadores e de todo o
povo do Pará. Os novos donos da Vale haviam sido beneficiados pela
fraude do governo tucano (PSDB), pois em 8 de maio de 1995, a Vale
informou à Securities and Exchange Comission (SEC), organismo que
fiscaliza o mercado acionário nos Estados Unidos, que suas reservas
lavráveis de minério de ferro no Sistema Sul (grosso modo, Minas Gerais)
contabilizavam 7,918 bilhões de toneladas. Só que, na hora de fazer o
edital da venda, em 1997, constavam menos de sete vezes esse montante,
aproximadamente, 1,4 bilhão de toneladas. No Sistema Norte (Serra de
Carajás, no Pará), a operação efetuada foi semelhante. De acordo com o
apresentado à SEC em 1995, as reservas de minério de ferro totalizavam
4,97 bilhões de toneladas. Já no edital de privatização: 1,4 bilhão de
toneladas.
Disposta
a ser a número um do mundo da mineração, a Vale está avançando no seu
processo de internacionalização. Os novos projetos da companhia no
exterior somam ao menos US$ 9,6 bilhões em investimentos até 2014 e
abrangem países da África, do Oriente Médio, da Ásia e das Américas. Com
os empreendimentos - que visam a produção de carvão a fertilizantes -, a
empresa busca diversificar suas atividades e, assim, não apenas
diminuir sua dependência em relação ao minério de ferro, como também
deixar para trás a australiana BHP Billiton, líder do setor em valor de
mercado (US$ 231,4 bilhões). A mineradora brasileira vem em seguida no ranking,
com US$ 162,5 bilhões (O Globo Online, 12.03.2011). Para conseguir esse
objetivo a empresa está duplicando a ferrovia de Carajás para garantir
um carregamento maior de minério de ferro no Porto de São Luís do
Maranhão.
A
separação da região do Sul e Sudeste do Pará garantiria à Vale a
tranquilidade política necessária para a ampliação dos seus
investimentos e o retorno em forma de lucros, da principal província
mineral do mundo, com reservas estimadas em mais de 4 bilhões de
toneladas de minério de ferro. Um estado comandado por coronéis do
latifúndio, como Giovanni Queiroz, e por uma Assembleia Legislativa dos
partidos da base de apoio dos latifundiários, seria a garantia de
combater o MST e os movimentos sociais que lutam pelos direitos dos
trabalhadores, como a reforma agrária, os direitos indígenas e melhores
condições de vida para a classe trabalhadora.
Os
interesses da Vale sempre estarão ameaçados com um poder político
descolado da região e formado por uma heterogeneidade de partidos,
inclusive de esquerda, como o PSOL. A Vale sabe também, que por conta do
abandono do estado e da cumplicidade dos governos do PMDB, do PSDB e do
PT, que governaram o Pará nos últimos 30 anos, há uma crescente
insatisfação dos movimentos sociais e do povo contra a miséria,
contrastando com o aumento da riqueza desta poderosa companhia e de seus
donos, que deixam migalhas dos seus lucros no estado do Pará.fonte: http://www.sintseppa.org.br/includes/ler_destaque.asp?id_destaque=168
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