(Foto: Divulgação)
A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) divulgou na última semana a segunda edição do
Boletim do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados
(SNGPC). O documento traz dados relacionados ao comércio de medicamentos
controlados no Brasil e revelou que os ansiolíticos Clonazepam,
Bromazepan e Alprazolam foram as substâncias controladas mais consumidas
pela população brasileira entre 2007 a 2010. No Pará a droga mais
consumida pelos paraenses foi a testosterona, presente nos medicamentos
anabolizantes, seguida do clonazepam (psicotrópico).
Esteroides Anabolizantes são drogas
sintéticas fabricadas para substituírem o hormônio masculino, a
testosterona, que é fabricado pelos testículos. Eles ajudam no
crescimento dos músculos e no desenvolvimento das características
sexuais masculinas como: pelos, barba, voz grossa. Os medicamentos
esteroides anabolizantes utilizados no Brasil são: Durasteton,
Deca-Durabolin, Androxon.
Já os medicamentos psicotrópicos são
utilizados no tratamento dos distúrbios da ansiedade. E foram três tipos
desse medicamento, Clonazepam, Bromazepan e Alprazolam, que ocuparam,
durante todo o período analisado pela Anvisa, as três primeiras posições
de venda. Só em 2010, foram vendidas cerca de 10 milhões de caixas do
medicamento Clonazepam – o primeiro da lista.
No Pará os anabolizantes lideram as
vendas. Foram 141.706 caixas do medicamento vendidas nas farmácias e
drogarias do Estado somente em 2010. Os dados revelam uma média de 1,87
caixa vendida a cada 100 habitantes, ou 1,07 miligramas por habitante do
Pará. O clonazepan vem atrás com 93.169 caixas vendidas, ou seja 1,26
unidades a cada 100 habitantes.
VÍCIO
Marcelo Brasil do Couto, conselheiro do Conselho Regional de Farmácia (CRF-PA), destaca o trabalho desenvolvido pela Anvisa. “Só assim saberíamos que foram vendidas 10 milhões de caixas de clonazepam só em 2010”, diz ele. Marcelo alerta ainda para o uso indiscriminado desse tipo de medicamento. “Muita gente utiliza esses remédios para dormir e acaba gerando o vício. E o mais interessante é que não são os psicólogos e psiquiatras, especialistas que deveriam indicar o uso desses medicamentos, responsáveis pela emissão das receitas, e sim de outras especialidades”.
Marcelo Brasil do Couto, conselheiro do Conselho Regional de Farmácia (CRF-PA), destaca o trabalho desenvolvido pela Anvisa. “Só assim saberíamos que foram vendidas 10 milhões de caixas de clonazepam só em 2010”, diz ele. Marcelo alerta ainda para o uso indiscriminado desse tipo de medicamento. “Muita gente utiliza esses remédios para dormir e acaba gerando o vício. E o mais interessante é que não são os psicólogos e psiquiatras, especialistas que deveriam indicar o uso desses medicamentos, responsáveis pela emissão das receitas, e sim de outras especialidades”.
Couto tem o mesmo pensamento com relação
à prescrição da testosterona. Ele alega que não são os
endocrinologistas que mais prescrevem esses medicamentos. “Um exemplo é o
uso do receituário branco feito por odontólogos que foi o dobro dos
utilizados pelos médicos de todas as outras especialidades. Não é para
ser normal”.
Medicamentos podem trazer alívio e dependência
O boletim da Anvisa mostra que em 2010, dos quatro tipos de receituários existentes, os médicos veterinários utilizaram a notificação de receita especial de cor branca em 16 % das suas prescrições. Já os odontólogos a utilizaram em 15,4% dos casos, e os médicos, em 8% do total de suas prescrições.
O boletim da Anvisa mostra que em 2010, dos quatro tipos de receituários existentes, os médicos veterinários utilizaram a notificação de receita especial de cor branca em 16 % das suas prescrições. Já os odontólogos a utilizaram em 15,4% dos casos, e os médicos, em 8% do total de suas prescrições.
As Notificações de Receitas Especiais de
cor branca são utilizadas para prescrição de medicamentos da classe dos
retinoicos, indicados, principalmente, para problemas dermatológicos.
O uso de medicamentos excessivos pode
trazer consequências como a dependência o vício e ainda alterar o
comportamento dos pacientes. Sara Goldfarb, nome fictício, conta que por
dois anos fez uso de medicamentos como Lexotan, Diazepam e Haldol,
todos indicados por um psiquiatra para o tratamento de uma depressão.
“No primeiro momento trazem uma sensação de segurança e eles se tornam
seus companheiros. Para o depressivo tudo está contra você e o remédio é
sua força. Foram dois anos assim e hoje já estou há quase 10 anos sem
remédios. Eles só ajudam a tirar você de órbita”, conta.
Atualmente Sara não utiliza nenhum tipo
de medicamento para tratar a depressão. A dependência foi substituída
por livros de autoajuda, muita leitura e experiências de vida.
FIQUE SABENDOOs dados revelam uma média de 1,87 caixa vendida a cada 100 habitantes, ou 1,07 miligramas por habitante do Pará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário