O
ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu
recurso de habeas-corpus em favor do fazendeiro Regivaldo Galvão, o
“Taradão”, que cumpre pena de 30 anos em Altamira pela morte da
missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, no município de Anapu. O
pedido de soltura havia sido indeferido pelo Superior Tribunal de
Justiça (STJ). O relator, ministro Adilson Vieira Macabu, desembargador
convocado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, alegou que o modo
como o crime havia sido cometido justificaria a manutenção da prisão,
rejeitando ainda pedido de reconsideração feito pela defesa.
O recurso ao STF foi
impetrado pelo advogado José Eduardo Alckmin, defensor do fazendeiro.
Segundo Mello, ao negar a Regivaldo Galvão o direito de apelar da
condenação em liberdade, o relator do processo no STJ “desconheceu por
completo não só o pronunciamento anterior da Turma onde o pedido de HC
foi julgado, como também ignorou o “princípio da não culpabilidade” do
réu. A motivação da prisão teria se mostrado única, diz o ministro, e
baseada apenas na condenação imposta pelo Tribunal do Júri.
“O Tribunal de Justiça do Pará então,
acabou por aditar o fundamento da preventiva, talvez ante a notória
fragilidade, porquanto em última análise, encerrara a execução precoce,
açodada da pena. Cabe perquirir como o fez”, critica o ministro. Ele
também afastou outras alegações para manter o acusado preso, como o fato
de ser o único réu que estaria solto antes do julgamento, ter condições
econômico-financeiras capazes de viabilizar sua saída do país ou de
suposta ameaça a testemunha.
Ele ressalta que, na sentença, o juiz
inviabilizou o recurso em liberdade, justificando que o júri havia
concluído pela culpa de Galvão. Para Mello, “o juiz deu, a toda
evidência, o acusado como culpado, muito embora não houvesse ocorrido a
preclusão do veredito dos jurados”.
O alvará de soltura deve ser expedido pelo juiz Raimundo Moisés Flexa durante todo o dia de hoje. Regivaldo Galvão cumpre a pena na penitenciária de Altamira.
O alvará de soltura deve ser expedido pelo juiz Raimundo Moisés Flexa durante todo o dia de hoje. Regivaldo Galvão cumpre a pena na penitenciária de Altamira.
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