Sem planejamento e apenas com ações pontuais de limpeza de canais,
Belém não conseguirá impedir as já habituais cheias urbanas do mês de
março. É o que prevê o engenheiro sanitário José Almir Rodrigues, mestre
em recursos hídricos e saneamento e coordenador do grupo de pesquisa em
hidráulica e saneamento da Universidade Federal do Pará (UFPA). Belém,
como outras capitais do País, ainda fica debaixo d´água quando chuva e
maré alta coincidem. A drenagem de parte dos canais conseguiu diminuir a
frequência das cheias, mas não acaba de vez com o tormento de quem vive
nas margens urbanizadas dos braços de rio que cortam a cidade.
José Almir defende a elaboração imediata de um plano diretor setorial
de drenagem urbana. Um plano com metas e projeções que habilite a
prefeitura a ter um efetivo controle das alterações dos níveis dos
canais, evitando inundações. O plano setorial de drenagem está previsto
no Plano Diretor do Município, documento elaborado em 1993 e atualizado
recentemente, em 2006. Em formato de lei, o Plano Diretor contém as
prioridades e obrigações do poder público municipal em todos os setores
da gestão da cidade – de lixo a saneamento.
O plano setorial de drenagem urbana, afirma o pesquisador, detalhará
de que maneira serão executadas cada uma das ações necessárias para o
controle das cheias, desde a instalação de comportas que evitem o
aumento do nível dos canais com a maté alta até a criação de espaços
capazes de represar a água da chuva – os famosos piscinões.
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