quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Bancário revela esquema na Assembleia


Fraudes
Cheques eram pagos a funcionários do Poder e não para os empresários
Na ação civil pública ajuizada ontem, os promotores incluíram o servidor do Banpará Jorge Kleber Varela. O funcionário, que atuava no caixa do posto do Banpará na Alepa, confirmou, em depoimento, que muitos dos cheques pagos em seu terminal de caixa sequer estavam assinados e eram recebidos não pelas empresas vencedoras, mas sim por servidores da Celo, como Daura Hage e Sandro Matos. Kleber, no entanto, alegou que agia sob pressão do diretor financeiro da Alepa, Sérgio Duboc. Em depoimento ao MP, ele afirma: "Quando eu colocava dificuldades nesses pagamentos de cheques, feitos fora dos normativos, acontecia de eu ser chamado até a Diretoria Financeira, na figura do Sr. Sergio Duboc, o qual, pessoalmente me coagia e me pressionava a efetuar os pagamentos, assim como ameaçava o Banco". Mesmo assim, para os promotores, o funcionário deve ser responsabilizado por ter efetuado os pagamentos indevidos, que possibilitaram o desvio milionário dos cofres da Alepa.
Segundo apurou o Ministério Público, o ex-diretor financeiro da Casa, Sérgio Duboc, esteve amplamente envolvido com as fraudes e, por isso, também foi responsabilizado na ação. Para o MP, Duboc atuou em "um ajuste criminoso com Daura Hage, ambos da estreita confiança da Presidência daquela Casa". Ambos agiam para "garantir a apropriação dos valores obtidos com a fraude nas licitações, cabendo a estes indicarem os demais que se beneficiaram desse esquema, que transformou essas licitações em um valhacouto de atos criminosos e de improbidade", segundo a peça do MP.
Para os promotores, o controle interno da Casa também deve ser responsabilizado, pois falhou ao permitir que se instalasse na Casa uma verdadeira farra com o dinheiro público. "Perfeitamente demonstrado, ainda, que a falta de controle e fiscalização, seja pela Mesa Diretora da Alepa, pelo Controle Interno ou pela Auditora nomeada, permitiu que o saque ao erário se prolongasse no tempo e até passasse para a gestão seguinte da Alepa", dizem os promotores na ação, indicando que o esquema continuou e aumentou na administração de Domingos Juvenil, de 2007 a 2010 e serão objeto de próxima ação de ressarcimento. Veja abaixo os processos licitatórios de 2004 e 2005 no Legislativo.

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