quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ISSO É UMA VERGONHA

VERGONHA: PENSÕES VITALÍCIAS DE EX-POLÍTICOS POUPADAS A CORTES

Orçamento
Pensões vitalícias de ex-políticos poupadas a cortes

 
Novo Orçamento deixa de fora cortes nas pensões especiais dos titulares de cargos públicos.

A esmagadora maioria dos antigos titulares de cargos políticos vai ficar livre do esforço adicional no âmbito da medida que corta pensões (regime geral e público) e salários públicos, avança o Diário de Notícias.

Quando todos os pensionistas que ganham acima de 485 euros vão sentir o peso da austeridade, o DN apurou quer a larga maioria das subvenções mensais vitalicias pagas a personalidades da politica portuguesa recebe a benesse em 12 prestações mensais. Como o Governo, na proposta de lei do Orçamento do Estado, apenas prevê ficar com o 13º e o 14º mês das subvenções, a medida terá pouco ou nenhum alcance.

E segundo o Orçamento do Estado para 2012, estas pensões serão apenas tributadas em sede de IRS.

"Que eu saiba, nessas subvenções não existe subsídio de Natal, nem de férias. Nem teriam de haver, pela simples razão de, tecnicamente, não serem pensões", atira Luís Mira Amaral, um dos muitos ex-políticos que têm direito a esse tipo de apoio. O ex-ministro "não tem conhecimento" de casos fora do esquema das 12 mensalidades.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O que proporcionamos aos nossos idosos?

 olhar-sobre-a-velhice


 Quando me tornei invisível

“Já não sei em que data estamos. Lá em casa não há calendários e na minha memória as datas estão todas misturadas. Me recordo daquelas folhinhas grandes, uns primores, ilustradas com imagens dos santos que colocávamos no lado da penteadeira. Já não há nada disso. Todas as coisas antigas foram desaparecendo. E sem que ninguém desse conta, eu me fui apagando também…
Primeiro me trocaram de quarto, pois a família cresceu. Depois me passaram para outro menor ainda com a companhia de minhas bisnetas. Agora ocupo um desvão, que está no pátio de trás. Prometeram trocar o vidro quebrado da janela, porém se esqueceram, e todas as noites por ali circula um ar gelado que aumenta minhas dores reumáticas. Mas tudo bem…
Desde há muito tempo tinha intenção de escrever, porém passava semanas procurando um lápis. E quando o encontrava, eu mesma voltava a esquecer onde o tinha posto. Na minha idade as coisas se perdem facilmente: claro, não é uma enfermidade delas, das coisas, porque estou segura de tê-las, porém sempre desaparecem.
Noutra tarde dei-me conta que minha voz também tinha desaparecido. Quando eu falo com meus netos ou com meus filhos não me respondem. Todos falam sem me olhar, como se eu não estivesse com eles, escutando atenta o que dizem. As vezes intervenho na conversação, segura de que o que vou lhes dizer não ocorrera a nenhum deles, e de que lhes vai ser de grande utilidade.
Porém não me ouvem, não me olham, não me respondem. Então cheia de tristeza me retiro para meu quarto e vou beber minha xícara de café. E faço assim, de propósito, para que compreendam que estou aborrecida, para que se dêem conta que me entristecem, venham me buscar e me peçam perdão. Porém, ninguém vem.
Quando meu genro ficou doente, pensei ter a oportunidade de ser-lhe útil. Levei-lhe um chá especial que eu mesma preparei. Coloquei-o na mesinha e me sentei a esperar que o tomasse, só que ele estava vendo televisão e nem um só movimento me indicou que se dera conta da minha presença. O chá pouco a pouco foi esfriando e junto com ele, meu coração.
Então, noutro dia disse-lhes que quando eu morresse todos iriam se arrepender. Meu neto menor disse:“Ainda estás viva vovó? “. Eles acharam tanta graça,que não pararam de rir. Três dias estive chorando no meu quarto, até que numa manhã entrou um dos rapazes para retirar umas rodas velhas e sequer um bom dia me deu.
Foi aí que me convenci de que sou invisível. Parei no meio da sala para ver, se me tornando um estorvo me olhavam. Porém minha filha seguiu varrendo sem me tocar, os meninos correram em minha volta, de um lado para o outro, sem tropeçar em mim.
Um dia, os meninos se agitaram e vieram me dizer que no dia seguinte todos nós iríamos passar um dia no campo. Fiquei muito contente. Fazia tanto tempo que não saía e mais ainda ia ao campo!
No sábado fui a primeira a me levantar. Quis arrumar as coisas com calma. Nós os velhos tardamos muito em fazer qualquer coisa. Assim, adiantei meu tempo para não atrasá-los. Rápido entravam e saíam da casa correndo e levavam as bolsas e brinquedos para o carro.
Eu já estava pronta e muito alegre. Permaneci no saguão a esperá-los. Quando me dei conta, eles já tinham partido e o auto desapareceu envolto em algazarra. Compreendi que eu não estava convidada. Talvez porque não coubesse no carro… Quem sabe?
Ou quem sabe, porque meus passos tão lentos impediriam que todos os demais caminhassem a seu gosto pelo bosque. Senti claro como meu coração se encolheu e a minha face ficou tremendo como quando a gente tem que engolir a vontade de chorar.
Eu até entendo. Eles vivem o mundo deles. Riem, gritam, sonham, choram, se abraçam, se beijam. E eu, já nem sinto mais o gosto de um beijo. Antes beijava os pequeninos, era um prazer enorme tê-los em meus braços,como se fossem meus.
Sentia sua pele tenrinha e sua respiração doce bem perto de mim. A vida nova me produzia um alento e até me dava vontade de cantar canções que nunca acreditara me lembrar. Porém um dia minha neta Laura, que acabava de ter um bebê disse que não era bom que os anciãos beijassem aos bebês, por questões de saúde.
Desde então já não me aproximo deles, não quero lhes passar algo mal por minhas imprudências. Tenho tanto medo de contagiá-los ! Eu os bendigo a todos, todos os dias e lhes perdôo, porque…”
“Que culpa têm eles de que eu me tenha tornado i n v i s í v e l ?”

Texto Original – El dia que me volvi invisible, de Silvia Castillejon Peral
Adaptado e produzido pela Helsan Produções

O texto acima retrata o cotidino cruel  de uma pessoa idosa que pouco a pouco foi  se sentindo à margem da família  e da sociedade.
Em algumas culturas a velhice é vista com respeito e veneração. No entanto, na sociedade urbana moderna, com seu ritmo acelerado, marginaliza aqueles que não o acompanha. Por outro lado, o  saber científico desconsidera a experiência de vida e a tradição em favor de outras formas de se determinar a verdade.
A cada ano, o número de pessoas idosas aumenta  com um prognóstico de que em 2050 esse número aumentará em aproximadamente de 600 milhões a quase 2 bilhões. 
Você considera que é preciso revalorizar o papel dos idosos na nossa sociedade? O que você espera da sua velhice?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CURRUPÇÃO UMA IMORALIDADE BRASILEIRA

Pessoas que são capazes de praticar a corrupção, em qualquer sentido da palavra, são capazes de qualquer atrocidade (quando ficam impunes!). A maioria das pessoas que entra no mundo do crime não começa com um assassinato ou coisa parecida. Os maiores bandidos começam com pequenos atos. Mas num país em que reina a impunidade, esses pequenos atos nunca são barrados e acabam crescendo cada vez mais. Assim não demora para que uma criança que roubou um biscoito no supermercado, cresça e roube numa residência, e depois se junte com uns “amigos” e assalte um banco. E depois, comande o tráfico de drogas na cidade. Uma cidade, por sinal, que não dá o devido valor às suas criança. Talvez porque o governante “desvia” o dinheiro da educação para a sua conta bancária! Uma cidade que tem também, um poder judiciário e uma polícia muito fraca. Talvez porque os seus policiais fazem parte da gang que assaltou o banco!
E o que será que aconteceria se a gang de jovens invadisse a casa do prefeito? Talvez este ficaria furioso e pediria para que alguns policiais (que conhecem muito bem os criminosos, apesar de nunca os terem punido) dessem um “sumiço” nesse grupo de jovenzinhos arrogantes. De um jeito que a justiça nunca descobrisse (ou admitisse) quem estava por trás de tudo. E assim acaba um capítulo da história corrupção, impunidade e violência. Exagerada? Não. É a mais pura realidade do Brasil. Onde tudo é movido pelo orgulho e pela ambição.
O problema é que o crime organizado (literalmente, quem está no comando normalmente são pessoas super inteligentes, cultas, estudadas, mas que não souberam aplicar tal sabedoria!) lesam o nome do país e a nossa dignidade quando “levantam, sacodem a poeira e dão a volta por cima”. Ou seja, concluem suas falcatruas sem nenhuma “puniçãozinha”. Bom, até o nosso Código Penal (de 07/12/1940!) favorece a isso. Além de que, as instituições democráticas são fracas, a gestão dos bens públicos é feita por debaixo do panos e fiscalizada por órgãos incompetentes...           
Toda essa impunidade favorece ao esquecimento e banalização dos fatos pelos próprios lesados. Assim a indignação, força motriz, “fica para lá”. E povo não protesta, não age. Só reclama...
Esses fatos são bons para questionarmos a democracia. Será que essa forma social tão exaltada por nós é realmente democrática? Ultimamente o que se vê é o abuso de poder de uns poucos, na maioria das vezes corruptos, prejudicando a liberdade e estabilização de muitos. Muitos esses, que ao serem lesados, em vez de se indignarem, acabam passando para o outro lado, pois crêem que lá a vida é melhor e mais “fácil”.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Procurador investiga compra de cestas básicas

A aquisição foi feita pela Asipag. Distribuição de comida entre eleitores é considerado crime eleito
A aquisição de 5 mil cestas básicas ao preço de R$ 197 mil, feita pela Ação Social Integrada do Palácio do Governo (Asipag) junto a uma empresa fornecedora de alimentos, será investigada pelo procurador eleitoral Daniel Azeredo Avelino, que ontem abriu procedimento para apurar o caso.

A compra das cestas veio a público na edição de ontem do Diário Oficial do Estado (DOE). O procurador resolveu agir depois de tomar conhecimento do caso pela imprensa. Nesta época de eleição é comum esse tipo de denúncia. A distribuição de comida entre eleitores está entre os crimes eleitorais. É passível até de perda de mandatoa quem se beneficia dessa troca de favores.

O que chama a atenção é o fato de a compra partir do próprio governo, submetido às regras rígidas de contratos, compras ou doações que possam ser interpretadas como captadores de votos para quem está do poder e disputa uma reeleição, como é o caso da governadora Ana Júlia Carepa.

O procurador não tem prazo fixo para concluir a investigação e deve ainda hoje expedir ofícios aos ordenadores de despesas da Asipag, cobrando explicações. Procurado pelo DIÁRIO, o ordenador de despesas da aquisição das cestas, pastor Josué Nauar Araújo, que já disputou eleições passadas pelo PDT e PTN e hoje ocupa cargo de direção na Asipag, graças à aliança política de seu partido com o PT, não quis falar com o repórter.

A secretária dele informou apenas que o pastor estava em uma “demorada reunião” e não tinha hora para acabar. Ela pediu e obteve os telefones do repórter, mas Nauar Araújo não retornou para esclarecer a estranha licitação. Ninguém na Asipag soube informar para onde as cestas serão levadas. Um servidor disse apenas que toda a comida seria distribuída pelo governo em um evento de seu interesse.

PREGÃO

A empresa JDM Comércio de Alimentos Nhandu Ltda, que venceu o pregão eletrônico para fornecimento das cestas básicas, está localizada no bairro de Águas Lindas, em Ananindeua, e pertence a Joabe Dauzacker Marques, que foi procurado ontem, mas não foi localizado. Um funcionário da JDM informou que Marques estava em um colégio. Evasivo, o funcionário alertou que embora o repórter tivesse o número do celular de Marques, o comerciante não iria atender, porque o aparelho estaria quebrado.

As cestas ainda não foram entregues, o que deverá ocorrer ainda esta semana. A JDM venceu o pregão eletrônico ao oferecer os alimentos pelo preço unitário de R$ 39. De acordo com informação disponibilizada no site Representante Comercial, a JDM atua nos estados do Pará, Maranhão e Mato Grosso e pretende atingir estados das regiões norte e nordeste. (Diário do Pará)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

UMA FONTE DE REFLEXÃO SOBRE OS VERDADEIROS VALORES HUMANOS, ME SENTI PEQUENO QUANDO ACISTI.


Líder diz que grevistas se preparam para embate com Exército, na Bahia

O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, que lidera a paralisação dos policiais militares na Bahia, disse na manhã desta quarta-feira que os grevistas se preparam para um embate. “A movimentação está diferente e também estamos nos preparando”, afirmou Prisco. O cenário em frente à Assembleia Legislativa, onde estão acampados os PMs amotinados, voltou a ficar tenso durante a manhã, após uma madrugada tranquila. Houve um princípio de confronto quando homens do Exército mudaram a posição das cercas que estão posicionadas ao redor do Parlamento.
Tropas do Exército apertam o cerco a grevistas acampados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia
O tenente-coronel Márcio Cunha, chefe de comunicação da 6ª Região do Exército, alertou aos jornalistas para que permaneçam dentro do QG montado para a imprensa. De acordo com ele, quem estiver fora desse perímetro não será assegurado pelas forças de segurança, alimentando os rumores de um possível embate entre grevistas e a tropa federal.
A todo o momento, chegam mais reforços do Exército. O efetivo, que ontem era de 1.038 homens, aumentou para 1.308 homens na manhã desta quarta. Além disso, o local também é vigiado por tropas da Força Nacional, da Polícia Federal e de PMs da Caatinga e do Semi-Árido nordestino. Nesta manhã, toda a Assembleia está cercada, ao contrário dos primeiros dias, quando o foco do efetivo federal estava em frente ao Parlamento. Os acessos ao Centro Administrativo da Bahia (CAB) voltaram a ser fechados.
A liberação da entrada de mantimentos e medicamentos para os amotinados, que tinha sido concedida ontem, foi suspensa. Idaci Vasconcelos, mulher de um dos PMs acampados, tentou levar os remédios para o marido, que é hipertenso e já sofreu dois infartos, mas foi barrada.
O juiz da Auditoria Militar Federal, José Barroso Filho, chegou nesta manhã ao CAB a pedido dos grevistas. Ele foi levado a Salvador por policiais do Rio de Janeiro.
Na madrugada desta quarta, a energia do prédio foi cortada até as 0h30. No mesmo horário, houve um buzinaço na avenida Paralela. Não há confirmação da participação de PMs no protesto.
Não há informações de novas mesas de negociação entre o governo e os grevistas. O governador Jaques Wagner voltou a reforçar a proposta apresentada aos grevistas em entrevista a uma emissora de televisão nesta manhã. A oferta é de reajuste de 6,5% retroativo a janeiro e de pagamento partilhado da Gratificação de Atividade Policial (GAP) 4 e 5 entre 2012 e 2015, com a primeira parcela em novembro deste ano. “Fizemos um esforço muito grande para garantir a GAP 4 a partir de novembro. Essa despesa (GAP 4 e 5) representa mais de R$ 170 milhões, é parte significativa do orçamento. Agora eu só posso esperar que cada policial entenda que o Estado tem um limite e não frustre a população da maior festa popular do mundo (o carnaval)”, disse Wagner.
O líder dos grevistas, Marco Prisco, afirmou, também em entrevista a uma emissora de televisão, que “os 6,5% é um aumento linear para todo servidor público, então o soldo (salário dos militares) fica abaixo do mínimo”. Prisco reforçou que os grevistas só entram em acordo com o governo se for revogada a prisão dos PMs baianos. A Justiça emitiu 12 mandados de prisão, sendo que dois grevistas já foram detidos. “Essa é uma questão que os policiais não querem nem sequer pensar em discutir. Quem pediu a prisão foi o governo, foi um ato político. Então, a Procuradoria do Estado pode pedir a revogação das prisões”, disse o PM.
A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo.
Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.
Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos.
A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.
Fonte: Terra

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Em 8 anos, patrimônio dos membros das Mesas da Câmara e do Senado cresceu até 207%

Em 8 anos, patrimônio dos membros das Mesas da Câmara e do Senado
cresceu até 207%
A análise das declarações de bens dos 11 deputados e 11 senadores das Mesas Diretoras da Câmara
e do Senado entre 1998 e 2008 mostra que eles tiveram crescimento significativo do patrimônio -
chegando a 207%, no caso de um deputado. Ao todo, sete parlamentares tiveram variação patrimonial
superior a 50%, de acordo com os dados entregues aos tribunais regionais eleitorais. É o que mostra
reportagem de Leila Suwwan e Maiá Menezes na edição deste domingo em O GLOBO. Edmar
Moreira, afastado da 2ª vice-presidência da Câmara após a descoberta de que tinha um castelo de
mais de R$ 20 milhões, e expulso do DEM por suspeita de sonegar o castelo em suas declarações,
teve crescimento patrimonial de 28%.
Giovanni Queiroz (PDT-PA), suplente da Mesa, alcançou 207% de aumento - de R$ 2.381.967, em 1998, para R$
7.319.000, em 2006. O valor é superior aos 138,7% de inflação acumulada, de acordo com o Índice Geral de Preços do
Mercado (IGPM), da Fundação Getulio Vargas. É esse indicador que corrige os valores no mercado de imóveis. Entre os
bens que adquiriu estão 2.700 cabeças de gado, no valor de R$ 900 mil. O valor de uma de suas fazendas, entre os
municípios de Rio Maria e Pau D'Arco (PA), passou de R$ 555 mil para R$ 4,5 milhões.
O maior patrimônio na Mesa da Câmara é o de Giovanni Queiroz, e o menor, de Odair Cunha (PT-MG), com R$ 140.966.
Em 2002, Odair declarara ter apenas um Fiat Uno. O deputado ACM Neto (DEM-BA), substituto de Edmar na 2ª vice,
registrou um crescimento de 110% no patrimônio - passou de R$ 38.277 para R$ 820.561, de 2002 a 2008.
e não satisfeitos, ainda queriam mais e mais, até tentaram dividir um "estado inteiro", é muita ganancia.

Adversário de Jader, senador Mário Couto promete lançar denúncias no Senado


O senador Mário Couto (PSDB-PA) prometeu nesta terça-feira (7) “apresentar uma minissérie” na tribuna da Casa sobre a vida de seu adversário político Jader Barbalho (PMDB-PA).
Segundo ele, a ideia é lançar denúncias, especialmente sobre a evolução patrimonial, e mostrar fatos curiosos que comprometam o peemedebista.
O anúncio foi feito na primeira sessão de Jader na Casa. Ele circulou pelo plenário, conversou com colegas, disse que estava “tranquilo” e pronto para o “recomeço”, mas antes da fala de Couto, deixou o local.
Barrado pela Ficha Limpa, o peemedebista só tomou posse em dezembro, em pleno recesso parlamentar.
O tucano fez um discurso contra “abusos” de um jornal do Pará, que, segundo ele, pertence ao grupo de Jader. Não citou o nome do peemedebista para evitar “problemas com o regimento da Casa”, o que poderia caracterizar quebra de decoro parlamentar.
Couto prometeu dificultar a vida de Jader no Senado. No mês passado, foi denunciado duas vezes por supostos desvios de recursos da Assembleia Legislativa do Pará durante o período em que ocupou a presidência da Casa (2003-2007).
Fonte: Folha.com
CONTRÁRIOS À DIVISÃO

Alessandro Novelino - PSC
local de nascimento: Belém
descrição: deputado estadual pelo terceiro mandato seguido. Sua base é Belém capital e o Marajó. Em 2002 eleito pelo PL, em 2006 pelo PSC e em 2010 pelo PMN.
Arnaldo Jordy - PPS
local de nascimento: Belém
descrição: deputado federal, um dos mais votados de 2010, já foi deputado estadual e vereador de Belém. Tentou, sem sucesso, eleger-se prefeito da capital.

Belo - PSB
local de nascimento: Capitão Poço, nordeste paraense (área que os separatistas não querem)
descrição: deputado estadual em primeiro mandato.

Cláudio Puty - PT
local de nascimento: Belém
descrição: doutor em economia e professor da UFPA, foi Chefe da Casa Civil do Pará durante o governo Ana Júlia. Eleito para o primeiro mandato de deputado federal pela DS, corrente petista.
Edilson Moura - PT
local de nascimento: Macapá, cidade considerada irmã de Belém
descrição: foi secretário estadual de cultura durante o governo Ana Júlia e em 2010 foi eleito deputado estadual pela corrente DS. Liderança de Belém, onde já foi vereador.
Edmilson Rodrigues - PSOL
local de nascimento: Belém
descrição: deputado estadual mais votado nas eleições de 2010 no Pará e em Belém, prefeito da capital por 8 anos (1997 a 2004).

Eduardo Costa - PTB
local de nascimento: Belém
descrição: deputado estadual por vários mandatos seguidos. Tem seu eleitorado no Nordeste Paraense.

Haroldo Martins - DEM
local de nascimento: Cametá, Pará residual
descrição: deputado estadual, há vários mandatos.

Marinor Brito - PSOL
local de nascimento: Alenquer (Oeste do Pará, pretenso Tapajós)
descrição: radicada em Belém, onde foi vereadora por três mandatos, hoje é senadora.
Nilson Pinto - PSDB
local de nascimento: Belém
descrição: deputado federal licenciado e atual secretário estadual de educação do Pará (SEDUC).

Elcione Barbalho - PMDB
local de nascimento: Belém
descrição: ex-mulher de Jader Barbalho e mãe do prefeito Helder Barbalho. Filiada histórica do PMDB do Pará, deputada federal há vários mandatos.

Carlos Bordalo - PT
local de nascimento: Breves (Marajó, área que continuaria sendo Pará)
descrição: deputado estadual e líder da oposição na Assembleia Legislativa, radicado em Belém, foi secretário municipal de economia no governo Edmilson.

Celso Sabino - PR
local de nascimento: Belém
descrição: deputado estadual em exercício.

Chico da Pesca - PT
local de nascimento: Igarapé-Miri (área que seria o Pará minúsculo)
descrição: deputado estadual em primeiro mandato.

Eliel Faustino - PR
local de nascimento: Belém
descrição: político de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém (RMB).

Joaquim Passarinho - PTB
local de nascimento: Belém
descrição: ex-deputado estadual e ex-presidente da Câmara Municipal de Belém.

Paulo Titan - PMDB
local de nascimento: Belém
descrição: ex-deputado federal, é radicado em Castanhal (região de Belém), onde foi prefeito.

André Dias - PSDB
local de nascimento: Belém
descrição: eleito primeiro-suplente de deputado federal na chapa do PSDB et al em 2010, exerce o cargo. A princípio mostrou-se flexível à divisão, mas agora é publicamente contrário.

Lúcio Vale - PR
local de nascimento: Manhuaçu, Minas Gerais
descrição: filho de Anivaldo Vale (presidente do PR paraense, vice-prefeito de Belém e candidato derrotado a vice-governador no segundo turno de 2010). Em 2010 foi eleito para seu segundo mandato de deputado federal com maciço apoio de seu partido.

Sidney Rosa - PSDB
local de nascimento: Santa Tereza, Espírito Santo
descrição: político radicado em Paragominas (que invarivalmente continua sendo Pará). Foi prefeito daquele município, eleito deputado estadual e hoje está licenciado para ser secretário estadual de Projetos Estratégicos.

Valdir Ganzer - PT
local de nascimento: Iraí, Rio Grande do Sul
descrição: migrou para o Pará décadas atrás, instalou-se na Transamazônica, foi eleito deputado primeiramente por Santarém e depois transferiu sua base eleitoral para Belém, onde foi vice-prefeito (de Edmilson Rodrigues, em 2001 e 2002).

Manoel Pioneiro - PSDB
local de nascimento: Nova Modica, Minas Gerais
descrição: político de Ananindeua (onde foi prefeito por oito anos), segundo maior eleitorado do Pará e parte da Região Metropolitana de Belém (RMB). Hoje é presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, por influência direta do governador Simão Jatene.


Carlos Augusto Barbosa - DEM
local de nascimento: Capitão Poço - PA (município que invariavelmente continua sendo Pará)
descrição: vereador de Belém pelo quarto mandato, segundo seguido.

Wladimir Costa (o "Wlad") - PMDB
local de nascimento: Belém
descrição: empresário do ramo da comunicação e cantor, em 2010 foi eleito para o terceiro mandato de deputado federal, sendo o mais votado do estado para tal cargo. É autor a proposta (apresentada em 2002) de reintegração do Amapá ao Estado do Pará, como era até 1943.

Gervásio Morgado - PR
local de nascimento: Belém
descrição: vereador de Belém pelo quinto mandato.

Luiz Pereira - PR
local de nascimento: Belém
descrição: vereador de Belém pelo segundo mandato seguido.

Miguel Rodrigues - PR
local de nascimento: Abaetetuba - PA (invariavelmente Pará)
descrição: vereador de Belém pelo primeiro mandato.

Abdon
local de nascimento: Afuá - PA (invariavelmente Pará)
descrição: político folclórico, já se candidatou à prefeitura de Belém e ao governo do estado, ambas vezes pelo PTC, sempre obtendo cerca de 1% dos votos. Em 2008 foi candidato a vereador pelo PMN.

Milton Nobre
local de nascimento: Belém
descrição: desembargador, já foi presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Rômulo Maiorana
local de nascimento: Belém
descrição: empresário do ramo da comunicação (franqueado da Rede Globo em Belém) e ex-presidente regional do PL - Partido Liberal (hoje "Partido da República).

Luiz Otávio Campos - PMDB
local de nascimento: Belém
descrição: ex-presidente da Câmara Municipal de Belém, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Pará e ex-senador, Luiz Otávio é deputado federal em exercício, por causa da licença do separatista Asdrubal Bentes para ser secretário de Pesca e Aquicultura.

Miriquinho Batista - PT
local de nascimento: Abaetetuba, Pará (região que continua sendo Pará, invariavelmente)
descrição: era deputado estadual até 2010, foi eleito federal pela corrente de Paulo Rocha. Declara-se oficialmente contrário à divisão.
Zenaldo Coutinho - PSDB
local de nascimento: Belém
descrição: deputado federal licenciado, atual chefe da Casa Civil do Pará, tido como líder do movimento anti-divisão.


FAVORÁVEIS À DIVISÃO

Giovanni Queiroz - PDT
local de nascimento: Campina Verde, Minas Gerais
descrição: deputado federal pelo quinto mandato intervalado, radicado no Sudeste do Pará (pretenso Carajás), líder do PDT na Câmara Federal e tido como o líder do movimento emancipatório de Carajás. Foi prefeito de Conceição do Araguaia (pretenso Carajás) pela ARENA e deputdo estadual consituinte.

Lira Maia - DEM
local de nascimento: Santarém, pretensa capital do Tapajós
descrição: deputado federal e ex-prefeito de sua cidade natal por oito anos, tido como o líder do movimento separatista do Tapajós.

Helenílson Pontes - PPS
local de nascimento: Santarém, pretensa capital do Tapajós
descrição: vice-governador do Pará, foi primeiro-suplente de Giovanni Queiroz no mandato 2007-2010 na Câmara dos Deputados.

Airton Faleiro - PT
local de nascimento: Tenente Portela, Rio Grande do Sul
descrição: radicado na Transamazônica, é deputado estadual pelo terceiro mandato seguido e foi líder do governo no mandato petista da governadora Ana Júlia (2007-2010).

Alexandre Von - PSDB
local de nascimento: Santarém, pretensa capital do Tapajós
descrição: ex-vice prefeito no mandato de Lira Maia e candidato derrotado pela atual prefeita em 2004, é deputado estadual e líder do PSDB na região.

Antonio Rocha - PMDB
local de nascimento: Santarém, pretenso Tapajós
descrição: liderança mais expressiva do PMDB na região Oeste do Pará, pai do vice-prefeito de Santarém.

Bernadete ten Caten - PT
local de nascimento: Cerro Largo, Rio Grande do Sul
descrição: gaúcha radicada em Marabá e ex-liderança católica, é deputada estadual pelo segundo mandato seguido.

João Salame - PPS
local de nascimento: Marabá, pretenso Carajás
descrição: liderança do município onde nasceu, já tentou, sem sucesso, ser prefeito. É deputado estadual pelo segundo mandato.

José Megale - PSDB
local de nascimento: Belém
descrição: liderança da região Oeste do Pará, onde passou parte a infância. Deputado estadual pelo terceiro mandato, sendo o segundo pelo PSDB (o primeiro foi pelo então PL).

Milton Zimmer - PT
local de nascimento: Roque Gonzales, Rio Grande do Sul
descrição: liderança de agricultores da região de Parauapebas (onde está a maior mina da Companhia Vale do Rio Doce). Deputado estadual pelo primeiro mandato.

Ozorio Juvenil - PMDB
local de nascimento: Belém
descrição: filho de Domingos Juvenil (líder político da região de Altamira, ex-presidente da Assembleia Legislativa, ex-deputado federal constituinte e candidato derrotado a governador em 2010).

Cássio Andrade - PSB
local de nascimento: Salvador, Bahia
descrição: jovem liderança da capital, onde foi vereador. Filho do ex-senador, líder do PSB paraense e atual vereador de Belém, Ademir Andrade.

Josefina Carmo - PMDB
local de nascimento: Óbidos, pretenso Tapajós
descrição: eleita deputada estadual pelo PFL em 2006, reelegeu-se pelo PMDB em 2010. Liderança da Calha Norte, noroeste do estado.

Parsifal Pontes - PMDB
local de nascimento: Tucuruí, pretenso Carajás
descrição: deputado estadual no segundo mandato seguido, foi prefeito de Tucuruí.

Pio X - PDT
local de nascimento: Igarapé Grande, Maranhão
descrição: deputado estadual, pecuarista, partidário do líder pela separação da região de Carajás, Giovanni Queiroz.

Zé Maria - PT
local de nascimento: Juriti, divisa com o Amazonas, pretenso Tapajós
descrição: deputado estadual em primeiro mandato.

Tião Miranda - PTB
local de nascimento: Marabá, pretenso Carajás
descrição: deputado estadual e ex-prefeito de Marabá.

Zequinha Marinho - PSC
local de nascimento: Araguacema, Goiás
descrição: deputado federal pelo terceiro mandato seguido e pastor evangélico.

Asdrubal Bentes - PMDB
local de nascimento: Humaitá, Amazonas
descrição: deputado federal por seis legislaturas intervaladas, foi prefeito de Salinópolis (litoral paraense, região que continuaria sendo Pará) na década de 1980, perdeu eleições para prefeito de Marabá. Hoje está licenciado para ser secretário estadual de pesca.

Fernando Coimbra - PDT
local de nascimento: Belém
descrição: deputado estadual do partido presidido estadualmente pelo líder do movimento separatista de Carajás, o deputado federal Giovanni Queiroz.

Paulo Rocha - PT
local de nascimento: Curuçá, Pará (área que continuaria sendo Pará)
descrição: deputado federal expoente do PT paraense, ficou em terceiro lugar para o senado em 2010.

Wandelkolk Gonçalves - PSDB
local de nascimento: Itupiranga, pretenso Carajás
descrição: foi deputado estadual constituinte, é deputado federal pelo segundo mandato seguido.

José Priante - PMDB
local de nascimento: Belém
descrição: fez carreira política na capital, onde foi vereador, deputado estadual e federal. Em 2006 ficou em terceiro lugar para governador e em 2008 disputou o segundo turno contra o prefeito Duciomar Costa. Nas últimas eleições regressou à Câmara Federal e é considerado membro da bancada ruralista.

Flexa Ribeiro - PSDB
local de nascimento: Belém
descrição: empresário, herdou o mandato de senador quando Duciomar Costa (PTB) foi eleito prefeito de Belém, em 2004. Apesar de permanecer anônimo, foi reeleito ao Senado em 2010 graças ao maciço apoio do atual governador Jatene.

Hilton Aguiar - PSC
local de nascimento: Chapadinha, Maranhão
descrição: ex-vereador de Itaituba, foi eleito deputado estadual pela primeira na vida em 2010, único de sua chapa proporcional e com os votos da região Oeste.

Dudimar Paxiúba - PSDB
local de nascimento: Itaituba, pretenso Tapajós
descrição: liderança da região da rodovia Cuiabá-Santarém. Derrotado sucessivas vezes para o cargo de deputado federal, em 2010 conseguiu ser segundo-suplente da chapa do PSDB. Com as licenças de dois unionistas (Zenaldo Coutinho e Nilson Pinto, para serem secretários), conseguiu assumir o mandato na condição de suplente em exercício.
Zé Geraldo - PT
local de nascimento: São Gabriel, Espírito Santo
descrição: deputado federal pelo terceiro mandato seguido, integra a mesma corrente petista "PT pra Valer". Primeiro figurou como unionista, agora "trocou de lado". Passa por uma situação delicada, pois sua sustentação política está em três deputados estaduais que juntos somam votos no estado inteiro: dois separatistas (Airton Faleiro e Bernadete ten Caten) e um unionista (Ganzer).

ANALFABETO POLITICO, COMBUSTIVEL PARA POLITICOS LADRÕES.

                      Shakespeare, célebre conhecedor da natureza humana, faz com que Ângelo, em Medida por medida, pronuncie as seguintes palavras:
“Uma coisa é ser tentado e outra coisa é cair na tentação. Não posso negar que não se encontre num júri, examinando a vida de um prisioneiro, um ou dois ladrões, entre os jurados, mais culpados do que o próprio homem que estão julgando. A Justiça só se apodera daquilo que descobre. Que importa às leis que ladrões condenem ladrões?” (SHAKESPEARE, 1994:129)
O espetáculo da corrupção enoja e torna a própria atividade política ainda mais desacreditada. Os que detestam a política – como diria Brecht, os analfabetos políticos – regozijam-se. Os podres poderes fortalecem os argumentos pela indiferença e o não envolvimento na política. É o moralismo abstrato e ingênuo que oculta a ignorância e dissimula a leviandade egoísta dos que não conseguem pensar para além do próprio bolso.
O analfabeto político não sabe que sua indiferença contribui para a manutenção e reprodução desta corja de ladrões que, desde sempre, espreitam os cofres públicos, prontos para dar o golpe à primeira oportunidade que surja. Os analfabetos políticos não vêem que lavar as mãos alimenta a corrupção.
Quem cultiva a indiferença, o egoísmo ético do interesse particularista, é conivente com o assalto ou é seu beneficiário. O que caracteriza a república é o trato da coisa pública, responsabilidade de todos nós. Como escreveu Rousseau (1978: 107): “Quando alguém disser dos negócios do Estado: Que me importa? – pode-se estar certo de que o Estado está perdido”.
Eis o duplo equívoco do analfabeto político: nivelar todos os políticos e debitar a podridão apenas a estes. Os políticos, pela própria atividade que desempenham, estão mais expostos. No entanto, não há corrupção, sem corruptores e corrompidos. Pois, se a ocasião faz o ladrão, a necessidade também o faz.
Não sejamos hipócritas. Exigimos ética dos políticos como se esta fosse uma espécie de panacéia restrita ao mundo – ou submundo – da política. Mas, e a sociedade? Se o ladrão rouba um objeto e encontra quem o compre, este é tão culpado quanto aquele.
Ah! Não fazemos isto! E os pequenos atos inseridos na cultura do jeitinho brasileiro não são formas não assumidas de corrupção? Quem de nós ainda não subornou o policial rodoviário? Ou não vivemos numa sociedade onde honestidade é sinônimo de burrice, de ser trouxa, etc.? E como correr o risco de ser bobo quando a sociedade competitiva premia os mais espertos, os mais egoístas, os mais ambiciosos?
A bem da verdade, o ladrão aproveita a ocasião. Quem de nós nunca foi tentado? Quem de nós não cometeu algum deslize quando se apresentou a ocasião? Quem foi tentado e não caiu em tentação? Quem conseguiu manter a coerência entre pensamento e ação, discurso e prática? Os homens são julgados por suas obras e apenas através delas é que podemos comprovar a sua capacidade de resistir à tentação. Afinal, como afirma Shakespeare (1994: 201), através de Isabel, sua personagem: "A lei não alcança os pensamentos e as intenções são meros pensamentos". 
O analfabeto político demoniza a tentação da política. Seu prêmio é a ignorância. E, muitas vezes, enojados e cansados diante do espetáculo propiciado pelos governos que se sucedem, somos tentados a imitá-lo e sucumbir à rotina do cotidiano que consome nossos corpos e pensamentos e nos oferece a substância anestésica capaz de dar a ilusão da felicidade.
Bem que tentamos ficar na superfície das aparências e nos contentarmos em, como os demais animais, simplesmente consumir e reproduzir. Mas só as bestas de todo tipo não refletem sobre a sua situação no mundo. Por mais alienado que seja, o ser humano tem condições de pensar criticamente, de compreender e de projetar seu próprio futuro. Esta pequena diferença em relação aos demais animais é que o torna o único animal capaz de produzir cultura e de fazer sua própria historia.
Não basta apenas criticar os que caem em tentação, é mister superar o comodismo do analfabetismo político. Pedagogicamente, educamos pelo exemplo. Não podemos exigir ética na política ou formar uma geração cidadã, consciente dos seus direitos e deveres e capaz de assumir a defesa da justiça social, se nossos exemplos afirmam o oposto. Afinal, mesmo os ladrões têm a sua ética. O personagem shakespeareano tem razão...